Após 2 anos sofrendo os impactos da crise sanitária de covid-19, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) prevê que, em 2022, o setor de restaurantes e alimentação fora do lar no geral vai conseguir fechar o ano com crescimento real de 8%. É válido lembrar que este é um dado importante, uma vez que em outubro do ano passado, a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) estimou que 62% dos negócios ainda não tinham conseguido recuperar as vendas que perderam nos momentos mais críticos da pandemia.
Nesse contexto, mais do que nunca, atualmente torna-se necessário compreender com profundidade estratégias de gestão para ampliar uma marca dentro desse âmbito. Para o CEO da GASS Company, Pablo Monteiro, os erros de gestão começam a surgir quando se tem uma visão distorcida do que é um negócio. “É um conjunto de pessoas que possuem um objetivo comum. Então, geralmente a falta dessa visão faz com que um sistema ‘nós contra eles’ acabe sendo criado. Sendo, ‘nós’ os diretores, e ‘eles’ a equipe”, explica.
Segundo Monteiro, tal visão é extremamente prejudicial, uma vez que, somente por meio da equipe obtém-se o lucro. “A existência do negócio também depende do lucro”, pontua. Além de questões internas, o CEO destaca que ter um olhar mais humano também é benéfico para os clientes. “Quando o gestor começa a olhar para isso, ele começa a inverter o ciclo e envolve a turma, contribuindo para a melhoria das coisas no dia a dia”, afirma. Nesse cenário é que surgem líderes que são essenciais para fomentar uma base de crescimento.
Por isso, Pablo Monteiro considera necessário que os gestores dominem todas as questões numéricas que se referem aos seus negócios. “Muitas vezes, eles só conhecem o número de vendas e todas as decisões vão sendo pautadas em ‘vender mais’. Mas, a gente vê muitos restaurantes que quanto mais se vende, mais se perde”, exemplifica. Dessa forma, também é importante equilibrar as vendas com fatores como a satisfação do cliente, ticket médio, precisão de estoque e diversos outros indicadores.
Além disso, o CEO aconselha que, atualmente, com a velocidade em que tudo acontece, o movimento é muito relevante para o crescimento de um negócio gastronômico. “Renovar processos, inovar e melhorar os pontos que chamamos de ‘valor agregado ao cliente’, é fundamental porque, se não, o negócio vai morrendo, o público vai ficando para trás, você deixa de atrair e passa a não reter os clientes atuais”, relata.
Em paralelo, ele destaca que não movimentar-se gera falta de crescimento e isso também ocasiona problemas como não dar oportunidades para que os talentos que já se encontram dentro do negócio cresçam. “Se o negócio não cresce, as pessoas que chegam não veem oportunidades e pedem para sair. Vão empreender, atuar em outros setores e podem até virar concorrência. Ao longo do tempo, você vai ter uma equipe mediana e, para encantar um cliente e ter lucro, é necessário ter um bom time”, sugere. Da mesma forma, com tais comportamentos, cria-se uma cultura difícil de ser alterada posteriormente. “Em restaurantes mais tradicionais, chega uma hora que você quer profissionalizar a gestão e não consegue mais, por exemplo. Esses negócios, nos dias de hoje, estão fadados a acabar. Movimente-se, pense na direção do crescimento que isso vai te ajudar”, declara.
Por: Yasmim Rodrigues